Dicas de Saúde

Farmacodermia: o que é, quais as causas, riscos, sintomas e tratamentos

Por Alan Costa, em 24/07/2017 (atualizado em 27/10/2021)
farmacodermia

A Farmacodermia é uma reação cutânea adversa a medicamentos. Qualquer efeito indesejado na pele, mucosas, cabelos e unhas, na sua estrutura ou função, desencadeado pelo uso de medicamento.

Algumas reações não requerem efeito imunológico, ou seja, podem acontecer em qualquer pessoa e em qualquer idade. Outro tipo mais severo de reação a medicamentos é aquele no qual o efeito cutâneo se dá por reação alérgica.Este não depende da dose e surge em algumas pessoas que desenvolvem susceptibilidade a determinados medicamentos, ou grupo deles, mesmo que tenham tomado a medicação anteriormente e não tenham desenvolvido efeito adverso algum.

As reações adversas possuem duas classificações gerais: previsíveis, quando se trata dos efeitos colaterais, interação medicamentosa e toxicidade; imprevisíveis, ocorrendo sob interação medicamentosa e hipersensibilidade.

Essas reações de hipersensibilidade englobam 15% das reações adversas, ocorrendo como uma resposta alérgica ou não. Em nosso meio as medicações mais envolvidas são os antibióticos e os anti-inflamatórios não hormonais.

Causas da Farmacodermia:

Dentre as diversas causas da Farmacodermia, ela é muito frequente e pode ocorrer por: excesso da dose do medicamento, efeito colateral, efeito tóxico, reação individual diferente do efeito terapêutico (idiosincrasia), por interação com outros medicamentos em uso ou, ainda, por reação alérgica.

Principais Sinais e Sintomas da Farmacodermia:

 A Farmacodermia pode se manifestar de formas diferentes, sendo que os principais tipos de apresentação são:

  • Erupções bolhosas: bolhas de diversos tamanhos e formas, que têm risco de inflamar e infectar;
  • Eritema pigmentar ou multiforme: surgimento de manchas circulares avermelhadas ou arroxeadas, com uma pequena bolha no centro, comuns nas palmas das mãos. É comum que a pessoa tenha a mancha no mesmo local quando usar novamente o medicamento;
  • Fotossensibilidade: manchas de cores variadas, como vermelho ou marrom, desencadeadas após a exposição ao sol;
  • Erupção acneiforme: provoca lesões, chamadas de exantema, em forma de vesículas e que têm a aparência de espinhas;
  • Eritema nodoso: presença de nódulos endurecido que ficam sob a pele, com a coloração avermelhada ou arroxeada;
  • Urticária: forma manchas ou placas avermelhadas, espalhadas ou localizadas, que podem causar muita coceira, sendo o tipo mais comum de manifestação da alergia;
  • Eritrodermia: é outro tipo de exantema que deixa a pele de todo o corpo avermelhada, seguida de uma descamação.

Estas reações podem ser acompanhadas de outros sintomas como coceira generalizada, inchaço na boca ou olhos, dificuldade para respirar, febre acima de 40ºC, dor nas articulações, ou em casos mais graves, de dificuldade para a coagulação do sangue.

Tipos de Farmacodermia: 

Existem alguns tipos de Farmacodermia que podem ser classificados conforme a sua manifestação clínica, entre eles estão:

Eritrodermia: Deixa a pele avermelhada em toda a superfície cutânea, e logo em seguida pode ocorrer à descamação.

Eritema pigmentar fixo: Surgimento de manchas avermelhadas ou violáceas, geralmente circulares. Quando a pessoa é novamente exposta ao medicamento, a mancha tende a reaparecer no mesmo local.

Síndrome de Stevens-Johnson: Provoca lesões nas mucosas. A doença se instala de forma súbita e acomete principalmente os braços, as pernas, as mãos e os pés.

Erupção Acneiforme: As lesões se parecem com espinhas.

Eritema Nodoso: Formação de nódulos avermelhados e endurecidos sob a pele, mais comum nos membros inferiores.

Eritema Multiforme: São manchas avermelhadas, elevadas, que atingem principalmente os membros.

Tratamentos Para Farmacodermia: 

Uma vez que seja identificado o medicamento que provocou a erupção, este deve ser imediatamente suspenso, sempre que possível. Se ele for fundamental para o tratamento de outras doenças, deve-se buscar um substituto.

Quadros leves costumam ter resolução espontânea com a simples suspensão da droga. Caso seja necessário, medicações antialérgicas (antihistamínicos) e corticosteróides de uso oral ou tópico podem ser utiizados, assim como os hidratantes são úteis quando ocorre descamação na fase final da doença.

Quadros graves e com risco de morte, exigem internação hospitalar para garantir o suporte necessário à vida do paciente e para evitar e/ou tratar as possíveis complicações.

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